
Ao longo dos anos trabalhando com Design voltados para produtos digitais somos impactados por diversas formas de se fazer, planejar e estruturar projetos, são milhares e milhares de ferramentas vendidas pelos pseudos Gurus do design que podemos usar, sempre e a todo momento, mas será mesmo que está suposta facilidade (basta pegar e usar) não nos torna rasos em nossas análises? Ou faz com que nossa visão sob um real problema ou necessidade não fique diminuta?
Deixe eu explicar meu ponto, mas sob um outro ponto de vista, quando estamos doentes e vamos ao médico na grande maioria das vezes antes de receitar algum remédio, ou indicar algum procedimento cirúrgico, a primeira coisa solicitada são exames, poderíamos entender isso como uma análise do contexto e das suas variáveis, para só então decidir qual caminho (ferramenta) utilizar, seja a indicação de um remédio ou um procedimento cirurgico.
Dito isso, voltando ao nosso contexto, porque então muitos profissionais utilizam ferramentas (conceitos mentais) sem sequer primeiro entender o seu contexto, a etapa onde se encontram, e as variáveis do projeto em que estão trabalhando, para aí sim decidir qual seria dado estas informações a técnica ou ferramentas mais indicadas??
Afinal, o que deveria ser a grande bala de prata de um profissional em qualquer área de atuação, deveria ser o seu poder e capacidade de análise e síntese.
Quando supostamente delegamos a responsabilidade de pensar o projeto, entender as variáveis dadas, seu contexto para uma ferramenta (conceito mental) sem tomarmos o devido cuidado de por ventura entender se a mesma se enquadra ou fornece realmente uma análise satisfatória daquilo que queremos entender, estamos correndo o sério risco de nós tornarmos rasos em nossas descobertas, e em um nível mais profundo, podemos buscar soluções para os problemas errados ou não atendermos as reais necessidades dos nossos usuários.
Veja não sou contra a utilização de ferramentas em Design, contudo, sou contra o pensamento que vejo constantemente de não se pensar o que se quer fazer, mas ao contrário, apenas utilizar coisas como se isso realmente pudesse substituir o pensamento crítico e a capacidade de análise.
Acredito que a medida que buscamos evoluir em Design devemos cada vez mais treinar nosso pensamento crítico e nossa capacidade de análise e síntese, para entender o projeto em que trabalhamos, suas variáveis, complexidade, seu contexto, onde ele se encontra e a fase onde estamos deste projeto, para aí sim buscarmos por qual ou quais ferramentas vão nos ajudar a ter uma análise mais profunda e acertada, para assim nós permitir buscar a melhor solução dado o desafio ou problema proposto.