Maturidade em UX, em que grau sua empresa está?

Maturidade em UX, em que grau sua empresa está?



Author Eduardo Rubinato


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O que é maturidade de UX?

A pesquisa de usuários é uma parte essencial no processo de UX, mas que muitas vezes é negligenciada pelas empresas, e isso muitas vezes é apenas um dos sinais do grau de maturidade onde a empresa se encontra.

Mas como podemos entender o que representa a Maturidade em UX?

Em resumo podemos entender a maturidade UX como um indicador do potencial e da vontade de uma determinada organização em fornecer um melhor design de UX, isto é uma melhor experiência para seus usuários. 

Porém, nem sempre empresas mesmo tendo equipes voltadas para UX conseguem oferecer aos seus usuários produtos com experiências satisfatórias, é isso nem sempre é culpa dos profissionais, muitas vezes eles esbarram em barreiras e modelos mentais que impedem a cultura de inovação, e por conseqüência uma visão mais centradas nas pessoas.

Pensando sobre a maturidade em UX nas empresas a NN/g criou um modelo de maturidade em 6 estágios, sendo estes estágios baseados em 4 fatores principais para análise e entendimento do estado atual da empresa. 

Você pode fazer um teste do grau de maturidade de UX da sua empresa acessando este link:

https://forms.nngroup.com/s3/Maturity-Quiz

O que o modelo de maturidade UX faz?

Contudo, antes de falarmos nestes estágios precisamos primeiro entender em que este modelo de maturidade é baseado.

O modelo de maturidade UX fornece um perfil de como uma organização está se saindo em termos de seu compromisso com a experiência do usuário, analisando seus ativos e deficiências. Desta análise temos uma imagem clara de sua posição em termos de sua competência como uma organização centrada no usuário.

Esta análise também ajuda a identificar os pontos em que melhorias precisam ser feitas, para que estes pontos possam ser corrigidos e melhores resultados sejam alcançados.

Estágios de maturidade UX

Um dos principais modelos de maturidade de UX foi o que foi criado pelo próprio guru da usabilidade, Jakob Nielsen,  em 2006, nesta primeira versão o modelo tinha oito estágios, contudo, após algumas mudanças para se adequar às novas tendências o modelo foi resumido para seis etapas.

Cada estágio do modelo de maturidade aponta o quanto de investimento é feito nos produtos e serviços de uma empresa. Além disso, a métrica mostra o empenho da organização em tornar seu produto fácil de ser utilizado.

Com este entendimento em mente, as seis etapas do modelo são:

1. Ausente

Este é o estágio em que uma organização não tem noção do que realmente é UX ou simplesmente não sente a necessidade disso. E isso muitas das vezes acontece porque seu modelo de negócios nunca foi pensando visando o design centrado no usuário. Eles simplesmente fazem o que acham que é bom para seus negócios e ponto.

Desta maneira, o pensamento centrado no usuário nunca entra em nenhum processo de tomada estratégica de decisão, pois os usuários são desconsiderados neste processo. Seu pensamento geralmente é centrado em dinheiro e números, esquecendo-se que são as pessoas (seus usuários) que utilizam seus produtos/serviços todos os dias e conseqüentemente mantém seus negócios.

Desafios nesta fase

Nesta fase o obstáculo para as empresas é principalmente de natureza instrucional. Muitos destas empresas já possuem equipes que estão familiarizadas com UX e seus benefícios, mas há um claro desalinhamento nas metas que deixam essas equipes sem assistência administrativa ou recursos para configurar um bom processo de UX.

2. Limitado

Neste estágio, as organizações não vêem UX como algo particularmente necessário ou prioritário para seus negócios. Basta dizer que não há aceitação do UX como um processo de negócios confiável nem qualquer investimento feito nele, neste ponto, muitas empresas entendem UX como um complemento não como uma função principal.

Isto geralmente ocorre devido a falta de experiência ou familiaridade com UX, tornando difícil para algumas organizações adotar e implementar qualquer iniciativa em seus processos. Mesmo quando há alguma familiaridade, os esforços de UX são aquém do que poderia, na melhor das hipóteses, a parte visual de um determinado produto/serviço sofre algumas melhorias.

Desafios nesta fase

O primeiro passo, para melhorar o UX neste estagio é entender como ele funciona. Para isso, é necessário criar um processo de treinamento em UX, que inclua recursos e gestão de pessoal.

3. Emergente

Neste estágio o trabalho de UX ainda é recente e as organizações estão apenas começando a ver os benefícios de integrar o UX aos seus processos de negócios. 

Nesta fase, as empresas nem sempre conseguem concordar sobre a melhor forma de utilizar as estratégias de design da experiência do usuário, levando a obstáculos no estabelecimento de regras sobre o que deve ou não ser feito em determinados pontos durante o ciclo de desenvolvimento.

Organizações com maturidade de UX emergente se envolverão em algumas atividades-chave de UX de vez em quando, com algum tipo de plano organizacional ou alocação de orçamento para apoiar o processo de design.

Quando vemos esse nível de desenvolvimento ocorrer em vários departamentos por um longo período e sem muita interrupção, podemos esperar que certos benefícios surjam eventualmente, como maior coesão da equipe, o que leva diretamente a uma autoestima mais alta dos funcionários. 

Assim à medida que as organizações começam a perceber que é preciso haver mais investimentos e mais de uma pessoa para fazer este trabalho, os membros da equipe começam a desenvolver seus próprios conjuntos de habilidades para que possam se concentrar não apenas em tarefas individuais, mas também aproveitar as oportunidades de colaboração entre equipes, o que permite melhoria em vários aspectos, incluindo estudos de pesquisa e esforços de design.

Desafios nesta fase

Achar que já é suficiente pode se tornar a ruína de uma organização quando ela começa a acreditar que o que está fazendo o máximo neste estágio, enquanto a verdade é que ela ainda está engatinhando em UX. Na verdade, este estágio deveria ser o momento em que as empresas investem mais, tanto em recursos quanto em métodos de aprendizado para fazer incursões como uma organização mais madura.

4. Estruturado

Nesse estágio as empresas vão muito além de debater os benefícios de incluir UX no processo de desenvolvimento do produto, elas já estão focadas nas melhorias contínuas da experiência do usuário em seus produtos.

Desta maneira, a empresa agora estrutura equipes dedicadas que estão engajadas em todos os tipos de atividades de UX, às vezes até diversificando-as em diferentes unidades para lidar com tarefas específicas.

Isso significa que não apenas um designer, mas várias pessoas especializadas em várias origens, como engenharia ou marketing, podem divulgar suas ideias mais rapidamente do que apenas designers trabalhando em projetos.

Na maioria das vezes, esse é o estágio que a maioria das empresas alcançará e, de alguma forma, estagnará, e isso acontece por várias razões, sendo as mais perceptíveis as diferenças criativas e a falha em tomar decisões cruciais, como alocação de orçamento e tempo dos projetos.

Desafios nesta fase

Nesta fase o principal desafio é a falta de comunicação e a má gestão, muitas vezes os membros da equipe podem se sentir desorientados, e até mesmo sem noção sobre suas tarefas simplesmente porque não existe uma estratégia clara por parte da empresa.

Outro ponto importante, é que o papel da fase de descoberta em projetos de UX é freqüentemente negligenciado neste estágio, mas é imperativo que a empresa esteja atenta ao que os usuários desejam antes de construir determinados produtos/serviços.

5. Integrado

Esse estágio é formado por empresas que podem ser vistas como um sistema complexo formado por várias partes inter-relacionadas. Neste estagio o trabalho realizado na experiência do usuário geralmente passa para outros departamentos da empresa e seus efeitos são sentidos mais do que nunca em indicadores importantes, como receita ou números de satisfação do cliente.

Desta maneira, as equipes encontram maneiras de melhorar e inovar em suas metodologias, sempre atentas ao que é mais importante para a organização. Neste estágio podemos dizer que as empresas têm um processo de design bem estabelecido que seja eficaz para atender aos objetivos de negócios.

Desafios nesta fase

Os processos da organização podem ser de grande importância, mas podem não estar totalmente alinhados com o que os usuários realmente precisam ou desejam. Neste estágio as empresas tendem a ficar muito envolvidas em como as coisas são feitas, e não no porque, o que pode desviá-los de alcançar as metas de satisfação do cliente de forma mais eficaz.

Para progredir nesse estágio, as empresas precisam configurar seus KPIs, para garantir que os líderes saibam se seus esforços estão sendo bem-sucedidos antes de investir mais recursos em qualquer área.

Fonte: springboard.com

6. Orientado pelo usuário

Chegamos ao último estágio!!

Nele literalmente o UX se torna um modo de vida nas empresas, pois elas agora entendem a importância e o valor de se criar uma experiência para os clientes, o que também impulsiona as inovações em toda a sua linha de produtos.

Neste estágio os usuários estão no centro de tudo, assim, essas organizações sabem melhor o que os usuários precisam e como se comunicar efetivamente com a equipe para que todos estejam alinhados aos objetivos de negócios.

Desafios nesta fase

Com o grande aumento das complexidades na natureza dos projetos, surgem vários desafios para os UX designers, um desses desafios é manter a estabilidade em seu trabalho, bem como evitar que conflitos internos surjam antes que eles possam inviabilizar o progresso que a empresa já tem feito.

Assim, para manter o esforço de UX de uma organização é importante que os líderes de equipe defendam os valores dessa disciplina. Pode ser difícil no começo, mas os novos membros da equipe entenderão o que precisa ser feito e como as coisas devem funcionar rapidamente. 

Onde sua empresa está no nível de maturidade de UX?

Como você leu, existem diversos níveis de maturidade em UX, assim como nem todas as empresas se encontram nos mesmos estágios, saber identificar o grau de maturidade da sua empresa é importante para não deixá-lo desestimulado. Afinal quando se entende o estágio de maturidade da empresa é bem mais fácil engendrar esforços para melhorar o grau de maturidade. 

Ao UX designer, cabe ser um grande facilitador nesse aspecto, trazendo recursos metodológicos e estratégicos para que cada vez mais a empresa possa crescer, porém vale destacar que é de suma importância ter o apoio de líderes na defesa do UX, pois geralmente eles possuem mais alcance e influência.

Fonte de pesquisa

https://www.nngroup.com/articles/ux-maturity-model/

https://dxd.pt/como-esta-a-maturidade-de-ux-da-tua-empresa/

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